sexta-feira, 14 de maio de 2010

QUEM SOU EU? PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA


Se for olhar em questões de definição, pessoa física, segundo o dicionário Michaelis, é a pessoa natural, isto é, todo individuo, desde o nascimento até a morte. Para efeito de exercer atividade econômica, a pessoa física pode atuar como autônomo ou como sócio da empresa. E pessoa jurídica é a entidade abstrata com existência e responsabilidade jurídicas como, por exemplo, uma associação, empresa, companhia, legalmente autorizadas.

Mas é muito comum quando iniciamos uma empresa, fundir as duas pessoas em uma só, coisa que acontece muito em histórias de super-heróis. E com o passar do tempo, a empresa cresce, mas não consegue se separar da pessoa física.

Esta situação ocorre principalmente porque quando nasce uma empresa dificilmente ela possui credito fácil no mercado, pois necessita de no mínimo um histórico de seis meses para apresentar aos bancos. Desta forma a utilização do crédito do proprietário é de extrema importância para a perenização do negócio.

As contas se misturam de forma que não se sabe ao certo qual o verdadeiro pró-labore do empresário. Por exemplo, ao pagar o IPVA do carro de uso exclusivo do proprietário é comum o financeiro lançar este valor como gastos com veículos da empresa, o que na realidade é mais uma parte do pró-labore.

Esta operação distorcia a visão da realidade da empresa, uma vez que a mesma pode ser lucrativa se o valor do pró-labore estiver dentro da possibilidade de pagamento, coisa que em alguns casos não acontece, visto que o valor pago é bem maior.

Já tive a oportunidade de estar com alguns empresários que reclamavam muito da empresa por “não ver a cor do dinheiro”, dizendo que iriam fechar as mesmas por não serem lucrativas.

Em analise a estas lojas pude verificar que a retirada é muito superior à capacidade dela, o que tornava o negócio ruim, passando a ter prejuízos. Para estes proprietários foram feitas as seguintes perguntas:

Com relação a este leasing do Honda Civic, a loja faz entregas utilizando este carro?

A empresa tem filhos? Porque vejo aqui boletos de pagamento da escola de crianças.

Todos estes tickets de viagem se referem a visitas de negócio ou passeio com a família?

A loja possui filial por estar pagando dois aluguéis?

Inúmeros outros questionamentos são feitos e entendemos que todos estes pagamentos são feitos para a pessoa física, porém encobertos no financeiro como gasto da empresa. Assim podemos concluir que o empresário tem sim retiradas e em muitos casos elevadíssimas tornando o negócio inviável.

É preciso separar as pessoas física e jurídica, em que a pessoa jurídica paga o salário da pessoa física a titulo de pró-labore e as despesas da pessoa física devem ser pagas por ela mesma. Salário este em valores que a loja pode pagar pelos serviços de seu colaborador (proprietário).

Se ao final do período a empresa apresentar rentabilidade e sua decisão for retirar todo o lucro para si não vejo nada de anormal nisto, porém o valor estará dentro do apurado não comprometendo as finanças da loja.

A separação das contas torna-se ainda mais importante quando a empresa possui sócios e não deve haver dúvidas quanto o que cada um retira. Caso contrário inicia-se as desconfianças e o negócio vai por água abaixo.

Muitos empresários me questionam qual o valor mais apropriado para retirada do pró-labore. Vejo esta questão muito subjetiva, pois cada um pode avaliar quanto vale seu trabalho para a empresa. Esta definição deve ser determinada da mesma forma que você cria se fosse contratar outra pessoa para executar as atividades.

Contudo se você não tem nenhuma noção comece estabelecendo um valor em torno de 1% do faturamento, que com certeza não irá comprometer as finanças de sua loja. Depois vá avaliando e definindo o valor que melhor atende às duas pessoas, física e jurídica.

O importante nesta separação dos bolsos é poder ter um melhor controle das finanças e lucratividade da empresa e seus gastos familiares.

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