Quando iniciei minhas atividades como consultor, deparei com situações de empresas que eram obrigadas a encerrar suas atividades devido à insolvência financeira. Empresas essas que demonstravam, aparentemente, estarem sólidas no mercado. E o que mais intrigava era o fato de as mesmas apresentarem resultados positivos grande parte de sua existência. Surgia então o questionamento que me perseguia: Como pode uma empresa quebrar mesmo tendo lucro?
Fui então buscar resposta a esta indagação. Ao pesquisar e analisar algumas empresas verifiquei que esta situação não é rara no mercado, pois o Demonstrativo de Resultados (que mede se a loja obteve lucro ou prejuízo) não informa a situação de desequilíbrio por falta de disponibilidades de curto prazo (caixa) que realmente levam o negócio a se inviabilizar. Acompanhe comigo esta historinha simples, mas bastante significativa:
O Sr. José, em determinado momento, decidiu abrir uma quitanda. Escolheu o ponto, reformou o local e deixou o lugar bonito para receber a freguesia. Comprou R$ 40 mil em mercadorias, abasteceu a loja e marcou a inauguração. Ele estabeleceu uma margem média de 15% para a loja. No dia em que abriu as portas o movimento foi intenso. Fez sorteios, distribuiu brindes, enfeitou a fachada, carro de som pela vizinhança, entre outras ações. E fez uma promoção para atrair clientes: quem comprasse no primeiro mês ganharia 60 dias de prazo. As vendas foram um sucesso logo no primeiro dia de funcionamento da loja.
O negócio foi tão bom que o Sr. José decidiu fechar a loja por alguns dias e visitar outros comerciantes do ramo para entender mais sobre como melhorar seus resultados e buscar outros fornecedores que trariam mais faturamento a sua loja.
Ao retornar pediu aos seus filhos, um contador e o outro administrador, para mostrarem qual a realidade da quitanda depois desse tempo. Um deles, o contador, disse que o negócio estava muito bem, pois tinha vendido R$ 35 mil em mercadorias, cujo valor de custo era de R$ 24,5 mil. Em quase um mês tinha ganhado R$ 10,5 mil. E o Sr. José ficou feliz.
Pediu então a opinião do outro filho, este, com um olhar mais financeiro, observou o calendário e lembrou que o pai já estava devendo fornecedores, pois comprou com 21 dias e já se passavam 25 dias, e ele ainda não tinha recebido nada dos clientes da loja, já que a promoção era para 60 dias. Além disso, tinha comprado R$ 40 mil de mercadorias e vendido R$ 35 mil, uma diferença de R$ 5 mil. Ou seja, ele já estava cortado o crédito com os fornecedores e teria que recorrer a empréstimos para honrar as dívidas. E teria que torcer para que não houvesse inadimplência para a situação não piorar.
Nesta história simples já podemos concluir que o negócio foi lucrativo, mas a situação indica que a quitanda pode se inviabilizar rapidamente se não houver um gerenciamento adequado e eficiente do fluxo de caixa. Bingo!!! Eis a resposta ao meu questionamento. O lucro é importante e acima de tudo o grande objetivo para abertura de uma empresa, contudo são os recursos financeiros que dão alicerce para a busca deste resultado. E o fluxo de caixa como instrumento, é um aliado fundamental para evitar a inviabilização do negócio por má gestão financeira.
Parabéns pela maneira clara como foi exemplificado a necessidade de uma boa gestão do fluxo de caixa.
ResponderExcluirPIMENTA SUPERMERCADOS
FÁCIL SUPERMERCADOS.