segunda-feira, 26 de abril de 2010

A fórmula da venda


É interessante como nós varejistas, desde o momento da abertura da loja, vivemos uma constante luta para aumento das vendas.

Desde a concepção da empresa, diria até quando a mesma não passa de uma idéia, estamos sempre em busca de estratégias e operações que garantam cada vez mais um crescimento do faturamento.

Porém nos pegamos muitas vezes questionando: “COMO AUMENTAR NOSSAS VENDAS?”.

Vamos tentar resolver esta questão.

Se pensarmos matematicamente, podemos dizer que a fórmula de venda seria assim:

FATURAMENTO TOTAL = TICKET MÉDIO X No. PESSOAS COMPRANDO

O ticket médio nada mais é do que a divisão de todo o faturamento do período pela quantidade de ticket emitidos. Lembrando que para o calculo não se leva em consideração quantas pessoas visitaram a loja, e sim a quantidade que efetivou a compra.

Veja o exemplo abaixo.

A loja X registrou no dia 1.210 passagens pelo caixa, sendo que cada cliente comprou determinado montante (um gastou R$ 51,40, outro gastou R$ 63,30, outro R$ 21,10, outro R$ 12,50, e assim por diante) perfazendo em média um gasto de R$ 51,25.

Utilizando a fórmula então, teremos:

FATURAMENTO TOTAL = R$ 51,25 x 1.210 = R$ 62.012,50

Ou seja, neste dia especifico o faturamento total da loja ficou em torno de R$ 62.012,50, pois seu ticket médio foi de R$ 51,25 e tiveram 1.210 pessoas comprando na loja.

Se analisarmos esta fórmula podemos concluir que para aumentar as vendas basta aumentar o ticket médio do período, aumentar o número de clientes comprando ou os dois crescerem juntos. SIMPLES, NÃO!?!

Olhando pelo prisma matemático parece realmente simples. Mas eu pergunto:
Como aumentar o ticket médio?
E o número de pessoas comprando?

Vamos tentar responder estas perguntas de uma forma mais simplificada, como a própria formula.

Para aumentar o número de pessoas comprando na loja é necessário atrair novos clientes. Até aí tudo bem! E como atrair novos clientes?
Utilizando estratégias de marketing, como por exemplo, a divulgação da empresa ou distribuição de panfletos em novos mercados.

Às vezes o varejista que utiliza esta ação de panfletagem tende a cometer um erro que faz o tiro sair pela culatra, ou seja, além de não atrair novos clientes, aumenta o custo de marketing da loja. Por quê? Ele simplesmente não distribui os panfletos em novos mercados, mas nos mesmos locais de costume.

A dica é, mapeie onde estão seus clientes, através de pesquisa junto aos consumidores dentro da loja, com uma pergunta fácil, “qual o seu endereço?”, ou até mesmo, se a empresa faz entregas, pelos cupons de entrega, ou muitas vezes ela já possui um cadastro por conta de seu crediário. Feito isso, agora é definir a distribuição dos panfletos em regiões onde não constam da sua lista de consumidores que compram na loja.

Mas lembre-se, procure regiões que sejam mais próximas de sua loja, onde a ação traz mais resultado.

Claro que existem outras ações de marketing para atrair novos consumidores. Vale a pena trabalhar a criatividade se a estratégia da empresa for crescer venda. (Em outras edições, vamos trabalhar mais sobre o assunto)

E o ticket médio, como aumentar? Para esta ação a única coisa a se fazer é crescer o mix de produtos oferecidos ao consumidor. Por exemplo, para o ramo supermercadista pode ser por exemplo implantar seções como açougue, padaria e/ou rotisseria, ou até mesmo se já existem estes setores, introduzir novos produtos como pães especiais na padaria, cortes diferenciados como picadinho para strogonoff. No ramo de farmácia, trabalhar com a nova tendência de dermocosmeticos, ou seja, produtos mais eficazes no tratamento da pele. Para o ramo de materiais de construções introduzir seções como pisos, tintas, entre outros.

Mas é preciso tomar cuidado com os itens que são introduzidos na loja. Deve ser levado em consideração a necessidade do consumidor. De nada adianta começar a vender cremes de alto valor agregado em um mercado composto por clientes classes D e E.

Por isso pesquise com seu cliente o que ele quer encontrar em sua loja da forma mais simples:
PERGUNTE A ELE.

Para finalizar outra coisa importante. Não deixe de avaliar em sua estratégia de aumentar vendas, faze-la de forma eficiente. Crescer faturamento por si só é muito fácil, não precisa de esforço algum; basta divulgar seus produtos com 70% abaixo do preço de mercado. Sua loja não vai vencer repor o estoque. Mas com certeza ao final do período sua empresa fechará as portas, porque não foi eficiente, ou seja, não vendeu com lucratividade.

Crescer vendas é um ótimo negócio desde que com rentabilidade!

Boa semana a todos e bons negócios.

domingo, 18 de abril de 2010

Por que um empresário abre um negócio?


Quando, há um ano decidi abrir o Instituto Varejo S/A, meu maior objetivo era possuir uma empresa totalmente rentável, claro que a atividade escolhida era algo em que dominava e gostava de fazer.

O valor deste lucro também é algo importante de acordo com o objetivo definido. Por isso a cada mês calculo e analiso o lucro obtido de acordo com estas metas.

Contudo, depois de muitas consultorias e mais de 30.000 pessoas treinadas, percebi que grande parte dos empresários (talvez sua grande maioria) não conhece o valor do lucro de sua empresa; em alguns casos a situação é ainda pior, não sabem sequer se a empresa tem lucro ou prejuízo.

Então eu pergunto: por que um empresário abre um negócio?

Tenho certeza que o grande objetivo de todos é o mesmo que tive, ou seja, obter resultado positivo. Então vou mudar o questionamento: por que o empresário não conhece o resultado de sua empresa?

Esta resposta vou deixar por conta de cada leitor.

Sabemos apenas que todos conhecem o faturamento de sua empresa. Mas vamos analisar o seguinte.

Temos duas empresas que faturam, R$ 300.000,00 a primeira e, R$ 280.000,00 a segunda. Responda rápido, qual a melhor empresa, ou seja, qual é a mais eficiente e desejada?

Pensando como estamos acostumados, ou seja, sendo só o faturamento o fator importante, a resposta seria a primeira, certo!?

Agora vejamos o resultado de cada uma.

A primeira possui o seguinte Demonstrativo de Resultado.

Faturamento Bruto – R$ 300.000,00
Impostos – R$ 12.000,00
Venda Líquida – R$ 288.000,00
Custo das Mercadorias Vendidas – R$ 201.600,00
Lucro Bruto – R$ 86.400,00
Despesas – R$ 82.000,00
Resultado – R$ 4.400,00

Esta primeira empresa tem um resultado positivo ou lucro de R$ 4.400,00.

Já a segunda apresenta o seguinte Demonstrativo.

Faturamento Bruto – R$ 280.000,00
Impostos – R$ 11.200,00
Venda Líquida – R$ 268.800,00
Custo das Mercadorias Vendidas – R$ 188.100,00
Lucro Bruto – R$ 80.640,00
Despesas – R$ 72.000,00
Resultado – R$ 8.640,00

E agora qual a empresa você acha melhor? A primeira que fatura R$ 300.000,00 e tem resultado de R$ 4.400,00 ou a segunda que fatura R$ 280.000,00 com resultado de R$ 8.640,00.

Levando em consideração que o valor que realmente é embolsado pelo empresário é o lucro e não o faturamento bruto, agora tenho certeza que a sua resposta seria a segunda empresa.

Sim, mesmo sendo internalizado todo o faturamento bruto na empresa, este valor não fica na sua totalidade nas mãos do empresário. Isto porque ele tem que pagar os impostos, que leva parte deste valor, os fornecedores das mercadorias, a qual passamos a considerar internamente como custo das mercadorias vendidas, além das despesas como pessoal, energia, combustíveis, etc., que são necessárias para o seu funcionamento.

Acima apresentei uma estrutura simplificada do Demonstrativo de Resultado, sendo:

Faturamento Bruto (A)
Impostos(B)
Venda Líquida (C) = (A) – (B)
Custo das Mercadorias Vendidas(D)
Lucro Bruto (E) = (C) – (D)
Despesas (F)
Resultado (G) = (E) – (F)

É claro que em cima do resultado, sendo positivo, ainda incidirá imposto de renda e contribuição social.

Caso você queira uma planilha mais completa do Demonstrativo, basta enviar um email para institutovarejosa@gmail.com .

Lembre-se, é preciso ter sempre em mãos para analise o relatório do Demonstrativo de Resultado de sua empresa. Ele apresentará o resultado mensal que ela vem obtendo, podendo ser positivo ou negativo, estando dentro dos objetivos que você traçou ou não. E em caso negativo (prejuízo), você poderá tomar as decisões para sair desta situação.

terça-feira, 13 de abril de 2010

O impacto do crescimento das vendas no capital de giro

Vendas líquidas do Pão de Açúcar sobem 50% no 1º trimestre
O Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do Brasil, informou na noite desta segunda-feira que suas vendas líquidas no primeiro trimestre do ano cresceram 50,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 6,9 bilhões.
De acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o crescimento das vendas líquidas do grupo varejista foi de 23,2% quando excluídas as operações da rede Ponto Frio.
Fonte: Site Invertia

Hoje me deparei com esta notícia e fiquei entusiasmado com o desempenho do setor varejista que apesar das dificuldades do ano passado continua crescendo.

Contudo, logo em seguida vieram alguns questionamentos em minha mente: será que todo o setor teve crescimento, ou é fator isolado? Como se comportaram as pequenas lojas?

Em pesquisa com alguns clientes, pude perceber que eles também tiveram crescimento neste primeiro trimestre, tanto lojas pequenas quanto médias. E isto é um bom sinal!

Mas o intuito desta matéria não é simplesmente comentar sobre o crescimento nas vendas do mercado varejista, e sim, tratar de um aspecto importante no que tange ao impacto do crescimento das vendas no capital de giro.

Se este aumento for em sua totalidade com vendas à vista, isto não nos preocupa, pois é dinheiro em caixa e não obriga a empresa a aumentar o capital de giro.

Porém se o crescimento das vendas estiver na sua maioria atrelado a venda à prazo, o varejista deve se orientar e planejar para uma possível necessidade de incremento do capital de giro.

Vejamos porque.

Em linhas simplificadas podemos entender a necessidade de capital de giro através do seguinte ciclo: vamos considerar que a empresa no marco zero decide comprar produtos para a revenda obtendo o prazo médio de seus fornecedores em torno de 21 dias; mas não vende o produto assim que chega a loja, vamos considerar o prazo médio de giro em torno de 15 dias; aí entra outro fator, o prazo médio concedido aos clientes que neste exemplo vamos levar em conta 30 dias. Deste modo teremos o seguinte ciclo financeiro desta empresa.

________________________________________________________
0 15 dias 21dias 45 dias
Giro do produto pagto do fornecedor recebimento do cliente


Analisando este ciclo podemos concluir que a loja paga o fornecedor antes de receber do cliente, que neste caso fica em torno de 24 dias (45 – 21), ou seja, traduzindo, a loja banca o prazo ao cliente em torno de 24 dias.

Se considerarmos que esta loja vende em média R$ 10.000,00 a prazo por dia, então ela necessitará de R$ 240.000,00 (24 dias x R$ 10.000,00) de capital de giro.
Agora poderemos analisar o que pode acontecer com a necessidade de capital de giro com um provável aumento nas vendas a prazo. Vamos considerar que esta loja acima aumente suas vendas a prazo de R$ 10.000,00 para R$ 12.000,00, qual seria o impacto na necessidade de capital de giro.

Se levarmos em conta que ela mantêm o mesmo ciclo financeiro, ou seja, banca seus clientes por 24 dias, então teremos:

24 dias x R$ 12.000,00 = R$ 288.000,00.

Antes, com a venda de R$ 10.000,00 a prazo por dia ela necessitava de R$ 240.000,00; agora com uma venda de R$ 12.000,00 a prazo por dia, este valor passou para R$ 288.000,00; um incremento de R$ 48.000,00.

Se a empresa não tiver este dinheiro para internalizar, ela iniciará o ciclo vicioso de antecipação de cartão ou cheque pré-datado, uso da conta garantida, e assim por diante. Quem saiu lucrando com seu aumento de vendas?! Isto mesmo o banco.

Não quero aqui deixar entender que aumento de vendas é ruim para a empresa. Quero apenas alertar aos empresários que planejem este crescimento para não pagar financeiramente com isto e sim ganhem em lucratividade.

Gostaria de salientar também que existem critérios para calcular o ciclo financeiro da empresa. Caso se interessem é só entrar em contato conosco do Instituto Varejo S/A.

Boa semana a todos!!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

É possível falir mesmo tendo lucro?

Quando iniciei minhas atividades como consultor, deparei com situações de empresas que eram obrigadas a encerrar suas atividades devido à insolvência financeira. Empresas essas que demonstravam, aparentemente, estarem sólidas no mercado. E o que mais intrigava era o fato de as mesmas apresentarem resultados positivos grande parte de sua existência. Surgia então o questionamento que me perseguia: Como pode uma empresa quebrar mesmo tendo lucro?

Fui então buscar resposta a esta indagação. Ao pesquisar e analisar algumas empresas verifiquei que esta situação não é rara no mercado, pois o Demonstrativo de Resultados (que mede se a loja obteve lucro ou prejuízo) não informa a situação de desequilíbrio por falta de disponibilidades de curto prazo (caixa) que realmente levam o negócio a se inviabilizar. Acompanhe comigo esta historinha simples, mas bastante significativa:

O Sr. José, em determinado momento, decidiu abrir uma quitanda. Escolheu o ponto, reformou o local e deixou o lugar bonito para receber a freguesia. Comprou R$ 40 mil em mercadorias, abasteceu a loja e marcou a inauguração. Ele estabeleceu uma margem média de 15% para a loja. No dia em que abriu as portas o movimento foi intenso. Fez sorteios, distribuiu brindes, enfeitou a fachada, carro de som pela vizinhança, entre outras ações. E fez uma promoção para atrair clientes: quem comprasse no primeiro mês ganharia 60 dias de prazo. As vendas foram um sucesso logo no primeiro dia de funcionamento da loja.

O negócio foi tão bom que o Sr. José decidiu fechar a loja por alguns dias e visitar outros comerciantes do ramo para entender mais sobre como melhorar seus resultados e buscar outros fornecedores que trariam mais faturamento a sua loja.

Ao retornar pediu aos seus filhos, um contador e o outro administrador, para mostrarem qual a realidade da quitanda depois desse tempo. Um deles, o contador, disse que o negócio estava muito bem, pois tinha vendido R$ 35 mil em mercadorias, cujo valor de custo era de R$ 24,5 mil. Em quase um mês tinha ganhado R$ 10,5 mil. E o Sr. José ficou feliz.

Pediu então a opinião do outro filho, este, com um olhar mais financeiro, observou o calendário e lembrou que o pai já estava devendo fornecedores, pois comprou com 21 dias e já se passavam 25 dias, e ele ainda não tinha recebido nada dos clientes da loja, já que a promoção era para 60 dias. Além disso, tinha comprado R$ 40 mil de mercadorias e vendido R$ 35 mil, uma diferença de R$ 5 mil. Ou seja, ele já estava cortado o crédito com os fornecedores e teria que recorrer a empréstimos para honrar as dívidas. E teria que torcer para que não houvesse inadimplência para a situação não piorar.

Nesta história simples já podemos concluir que o negócio foi lucrativo, mas a situação indica que a quitanda pode se inviabilizar rapidamente se não houver um gerenciamento adequado e eficiente do fluxo de caixa. Bingo!!! Eis a resposta ao meu questionamento. O lucro é importante e acima de tudo o grande objetivo para abertura de uma empresa, contudo são os recursos financeiros que dão alicerce para a busca deste resultado. E o fluxo de caixa como instrumento, é um aliado fundamental para evitar a inviabilização do negócio por má gestão financeira.

sábado, 3 de abril de 2010

Estamos On line

A partir de agora você poderá acompanhar tudo sobre o Instituto Varejo S/A on line. Aqui você encontrará informações sobre as tendências do mercado varejista, as inovações, estilos de gestão, pesquisas, maneiras de trazer mais resultado ao negócio, entre outras.

Além disso poderá comentar e opinar sobre os assuntos tratados, assim como compartilhar suas experiências na gestão do seu negócio. Participará também de enquetes sobre assuntos ligados ao varejo e seus consumidores.

Neste blog abriremos um espaço reservado às finanças pessoais, uma vez que tal assunto tem se mostrado cada vez mais importante na vida das pessoas.

Aqui você encontrará a agenda completa dos consultores do Instituto Varejo S/A e os locais em que acontecerão os eventos da empresa. Conhecerá também o portfolio de produtos e serviços que estarão disponíveis a você, sempre apresentando as novidades implantadas.

Seja bem vindo e navegue a vontade!