Ruptura – o mal
que afeta o varejo
Segundo o dicionário ruptura significa “ação ou efeito de
romper, rompimento, buraco ou abertura”. Para o varejo ruptura é a falta de
produtos no ponto de venda, ou seja, trazendo a linguagem do dicionário, os
buracos formados nas gôndolas pela falta de mercadorias.
A ruptura se torna algo mais sério quando avaliamos as
categorias mais representativas no varejo, aquelas que povoam os relatórios das
lojas entre as principais de vendas. E porque isso é sério? Se estas categorias
estão entre as mais importantes da loja, a falta destes produtos acarreta entre
vários problemas, perda de faturamento, perda de rentabilidade para a loja e
acima de tudo, pode trazer um problema mais grave não mensurado, a perda de
clientes.
O Instituto Varejo SA pesquisou durante o segundo semestre
de 2013 e o primeiro de 2014, 100 lojas de pequeno e médio porte cujo
faturamento anual representa R$ 1 bilhão. Foram avaliados os 200 itens de maior
representatividade de cada um dos seguintes departamentos: açougue, bazar,
bebidas, hortifrúti, mercearia não alimentos, mercearia alimentos, padaria,
perecíveis.
Nesta avaliação dividimos os indicadores em três: ruptura
geral, comercial e reposição. A ruptura geral representa o total da ruptura
encontrada. Para este total separamos em comercial, que avalia a falta do
produto na loja, ou seja, por algum motivo o produto não chegou, seja por falta
de compras ou por falta de entrega; e reposição, que avalia a ineficiência dos
repositores em deixar buracos nas gôndolas pela falta de produtos
acondicionados no deposito.
Os números encontrados são preocupantes para o varejo. Em
média a ruptura geral alcançou patamares de 17,5%, isto significa dizer que a
cada grupo de 100 itens de maior representatividade em vendas por departamento,
17 faltam nas gôndolas, seja por questões comerciais ou de reposição.
“Essa ruptura traz uma perda de faturamento e lucro para o
varejo em patamares elevadíssimos, que muitos supermercadistas desconhecem. Se
as lojas começarem a entender seus números e agir nas causas, com certeza seu
faturamento e rentabilidade devem melhorar.” Afirma o diretor do Instituto
Varejo SA, Cleir Junior.
Ao avaliar por departamentos encontramos: mercearia não
alimentos com 23,5% de ruptura no departamento, hortifrúti com 23%, bazar 20%,
padaria 18%, bebidas 17%, perecíveis 12% e mercearia alimentos com 6%.
Em valores médios, uma loja com faturamento em torno de R$ 1
milhão mensal pode perder até R$ 90 mil em faturamento e cerca de R$ 23 mil em
lucro bruto. Anualmente os patamares são assustadores, R$ 1, 080 milhões de
faturamento perdido e R$ 280 mil em lucro. “A loja pode perder no ano até um
mês inteiro de faturamento com a ruptura sem nem sequer perceber”, ressaltar
Cleir Junior.
Em mercearia não alimentos as categorias com maior ruptura
são papel higiênico com 6% e aparelhos descartáveis com 4%. No caso dos aparelhos
descartáveis, como são itens de perdas elevadas por conta dos roubos, a área
comercial se perde quando assume o sistema de controle de estoque como
parâmetro para as compras.
Na padaria, a ruptura é causada em sua maioria pela
dificuldade de padeiros e encarregados em montar uma escala de produção que
leve em consideração o giro dos produtos, já que a ruptura em sua totalidade se
refere a produtos de produção própria. Em bebidas, a categoria campeã de
ruptura foi sucos prontos.
Grande parte desta ruptura da área comercial é porque os
compradores não confiam em seus estoques de sistema, que dão embasamento para
as compras. Todo o processo é baseado no “feeling” ou experiência do comprador,
que em muitos casos é auxiliado até pelo fornecedor que busca verificar os
estoques antes do momento da negociação.
Claro que a logística também contribui para este fator.
Neste caso o supermercadista deve tentar reduzir esta falha avaliando suas
quantidades de compra que contemplem as demoras na entrega ou até mesmo
reavaliar o fornecedor.
Mas a reposição também tem uma parcela de culpa neste
indicador geral de ruptura, com 2%. Isto quer dizer que a cada 100 itens
avaliados, 2 estavam no depósito e não na área de vendas. Este problema
acontece por falta de uma operação eficiente, muitas vezes por falhas na
informação do recebimento de mercadorias à área de reposição, outras por
desorganizações no depósito o que dificulta encontrar o produto e também por
mão de obra desqualificada.
O Instituto Varejo SA conhecendo a dificuldade de muitas lojas em controlar seus estoques via sistema de informação, criou um aplicativo para celular e tablet que visa avaliar os indicadores de ruptura e trazer a informação com mais rapidez e agilidade à área comercial, diminuído os impactos da falta de produtos nas vendas. O aplicativo, cujo nome é i-varejo, além de avaliar a ruptura, também traz informações de metas de vendas e comportamento de loja. Informe-se pelo email institutovarejosa@gmail.com