segunda-feira, 15 de junho de 2015

Ruptura – o mal que afeta o varejo

Segundo o dicionário ruptura significa “ação ou efeito de romper, rompimento, buraco ou abertura”. Para o varejo ruptura é a falta de produtos no ponto de venda, ou seja, trazendo a linguagem do dicionário, os buracos formados nas gôndolas pela falta de mercadorias.

A ruptura se torna algo mais sério quando avaliamos as categorias mais representativas no varejo, aquelas que povoam os relatórios das lojas entre as principais de vendas. E porque isso é sério? Se estas categorias estão entre as mais importantes da loja, a falta destes produtos acarreta entre vários problemas, perda de faturamento, perda de rentabilidade para a loja e acima de tudo, pode trazer um problema mais grave não mensurado, a perda de clientes.

O Instituto Varejo SA pesquisou durante o segundo semestre de 2013 e o primeiro de 2014, 100 lojas de pequeno e médio porte cujo faturamento anual representa R$ 1 bilhão. Foram avaliados os 200 itens de maior representatividade de cada um dos seguintes departamentos: açougue, bazar, bebidas, hortifrúti, mercearia não alimentos, mercearia alimentos, padaria, perecíveis.

Nesta avaliação dividimos os indicadores em três: ruptura geral, comercial e reposição. A ruptura geral representa o total da ruptura encontrada. Para este total separamos em comercial, que avalia a falta do produto na loja, ou seja, por algum motivo o produto não chegou, seja por falta de compras ou por falta de entrega; e reposição, que avalia a ineficiência dos repositores em deixar buracos nas gôndolas pela falta de produtos acondicionados no deposito.

Os números encontrados são preocupantes para o varejo. Em média a ruptura geral alcançou patamares de 17,5%, isto significa dizer que a cada grupo de 100 itens de maior representatividade em vendas por departamento, 17 faltam nas gôndolas, seja por questões comerciais ou de reposição.
“Essa ruptura traz uma perda de faturamento e lucro para o varejo em patamares elevadíssimos, que muitos supermercadistas desconhecem. Se as lojas começarem a entender seus números e agir nas causas, com certeza seu faturamento e rentabilidade devem melhorar.” Afirma o diretor do Instituto Varejo SA, Cleir Junior.

Ao avaliar por departamentos encontramos: mercearia não alimentos com 23,5% de ruptura no departamento, hortifrúti com 23%, bazar 20%, padaria 18%, bebidas 17%, perecíveis 12% e mercearia alimentos com 6%.
Em valores médios, uma loja com faturamento em torno de R$ 1 milhão mensal pode perder até R$ 90 mil em faturamento e cerca de R$ 23 mil em lucro bruto. Anualmente os patamares são assustadores, R$ 1, 080 milhões de faturamento perdido e R$ 280 mil em lucro. “A loja pode perder no ano até um mês inteiro de faturamento com a ruptura sem nem sequer perceber”, ressaltar Cleir Junior.

Em mercearia não alimentos as categorias com maior ruptura são papel higiênico com 6% e aparelhos descartáveis com 4%. No caso dos aparelhos descartáveis, como são itens de perdas elevadas por conta dos roubos, a área comercial se perde quando assume o sistema de controle de estoque como parâmetro para as compras.

Na padaria, a ruptura é causada em sua maioria pela dificuldade de padeiros e encarregados em montar uma escala de produção que leve em consideração o giro dos produtos, já que a ruptura em sua totalidade se refere a produtos de produção própria. Em bebidas, a categoria campeã de ruptura foi sucos prontos.

Grande parte desta ruptura da área comercial é porque os compradores não confiam em seus estoques de sistema, que dão embasamento para as compras. Todo o processo é baseado no “feeling” ou experiência do comprador, que em muitos casos é auxiliado até pelo fornecedor que busca verificar os estoques antes do momento da negociação.

Claro que a logística também contribui para este fator. Neste caso o supermercadista deve tentar reduzir esta falha avaliando suas quantidades de compra que contemplem as demoras na entrega ou até mesmo reavaliar o fornecedor.

Mas a reposição também tem uma parcela de culpa neste indicador geral de ruptura, com 2%. Isto quer dizer que a cada 100 itens avaliados, 2 estavam no depósito e não na área de vendas. Este problema acontece por falta de uma operação eficiente, muitas vezes por falhas na informação do recebimento de mercadorias à área de reposição, outras por desorganizações no depósito o que dificulta encontrar o produto e também por mão de obra desqualificada.

O Instituto Varejo SA conhecendo a dificuldade de muitas lojas em controlar seus estoques via sistema de informação, criou um aplicativo para celular e tablet que visa avaliar os indicadores de ruptura e trazer a informação com mais rapidez e agilidade à área comercial, diminuído os impactos da falta de produtos nas vendas. O aplicativo, cujo nome é i-varejo, além de avaliar a ruptura, também traz informações de metas de vendas e comportamento de loja. Informe-se pelo email institutovarejosa@gmail.com